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Mercado artístico tem se reinventado neste período de pandemia

Uma pesquisa do Data SIM aponta um prejuízo para o mercado da música de cerca de

R$ 483.214.006,00 reais



O mercado artístico foi o primeiro a ser atingido pelo novo coronavirus e, conforme diversas estimativas econômicas e sociais, será um dos últimos a normalizar as atividades. O setor cultural representa 2,64% do PIB brasileiro e possui cerca de 250 mil empresas e instituições. São atores, produtores, cantores, escritores e músicos impactados.

A criatividade brasileira gerou novos formatos, como as lives patrocinadas, que proporcionam renda para os envolvidos, mas muitos ainda não se beneficiam desta prática.

Para saber um pouco mais sobre a situação do mercado da musica, Roseli Bernardes, jornalista da Estação i, conversou com Louri Rodriguez, diretor de vídeos da Sony Music Miami. Há mais de dez anos no mercado, é diretor de estrelas da música nacional e internacional, tendo assinado videoclipes de sucesso com mais de bilhões de views.


Confira a entrevista na íntegra:


Estação i: Já é possível calcular o prejuízo para empresas e empresários com cancelamento de shows?


Louri Rodriguez: "No mês de abril calculava-se que tinha custado mais de R$483 milhões o déficit ao mercado brasileiro de shows, sem dúvidas esse número já aumentou e irá aumentar ainda mais. Pois não há a menor previsão de volta do mercado. Não temos como escapar da crise eminente e dos seus impactos. O que sabemos é que em cada crise se abre espaços para novas oportunidades como é o caso das lives, projetos de vídeo-animação, consumo de músicas antigas e novas fórmulas de criação autoral. A arte é democrática. Sempre vamos encontrar maneiras de expressar-nos artisticamente em qualquer tipo de cenário."

Louri Rodriguez ao lado do cantor Luan Santana
Louri Rodriguez ao lado do cantor Luan Santana

Estação i: As lives, tem sido uma alternativa para minimizar os prejuízos? A resposta aos anunciantes tem sido eficiente?


Louri Rodriguez: "No começo da pandemia foi notado que o consumo de YouTube havia crescido bastante a nível mundial em comparação a outras plataformas. Organizadores de evento e empresários da música, que foram alguns dos mais afetados pela pandemia no ramo da música juntamente com outras áreas, usaram isso como um guia para adaptarem um formato que eles já estavam acostumados, mas agora no formato Live. Trouxerem patrocinadores para viabilizar a estrutura e hoje é o sucesso que é. A prova da criatividade brasileira e a rapidez na adaptação."


Estação i: Os cantores em começo de carreira com certeza devem estar enfrentando maiores dificuldades. Como é o momento para eles, é possível fazer um panorama?


Louri Rodriguez: "Hoje em dia é possível criar e gravar conteúdo além de finalizar músicas completas dentro de casa, o que não era possível no passado. Os artistas novos nesse momento devem aproveitar para criar composições e experimentar coisas novas, aprender um software de produção musical e quem sabe até lançar uma música com esses novos conhecimentos."


Estação i: No incio as lives não tinham grandes produções, mas o sertanejo Gusttavo Lima mostrou que é possivel contar com uma produção maior, e abriu caminho para outras lives mais produzidas.


Louri Rodriguez: "A grande diferença da live, no caso do cantor do Gusttavo Lima, foi justamente adicionar uma mesa e operador de áudio usado nos seus shows além de uma mesa de corte para os vídeos que são tradicionais nos shows de hoje. Ele sempre foi acostumado a transmitir seus shows do boteco para os fãs então sua equipe já estava previamente preparada. Isso mostrou que era possível fazer muito mais nessas lives e com apenas dois profissionais na equipe. Uma estrutura que já existia e foi adaptada para as circunstâncias."

Louri Rodriguez ao lado do cantor Roberto Carlos
Louri Rodriguez ao lado do cantor Roberto Carlos

Estação i: O mundo das lives, cresce a cada dia e com maiores produções, passada a pandemia você acredita que será uma segunda opção para patrocinadores?


Louri Rodriguez: "As lives podem ser uma grande alternativas para artistas que dependem de shows para sobreviver e tem uma grande quantidade de fãs e patrocinadores dispostos a apoiar esses artistas. Criou-se uma nova fonte de renda que com certeza vai continuar depois que a pandemia passar."


Estação i: Como os setores fonográfico e audiovisual foram afetados?


Louri Rodriguez: "O setor mais afetado foi justamente o setor de apresentações. Os outros setores foram menos afetados ou até tiveram um efeito contrário de crescimento. Por estarem em casa, as pessoas acabam ouvindo mais músicas e as vezes acabam consumindo músicas antigas que já não se ouviam mais por exemplo. No audiovisual, a gravação de conteúdo foi bastante afetada e estão paradas ou trabalhando com equipes bem reduzidas. Mas em relação a projetos de pós produção ouve um aumento."


Estação i: Já que o mundo está vivendo o mesmo momento, qual o panorama do entretenimento no exterior?


Louri Rodriguez: "Apesar de estar vivendo os efeitos da mesma pandemia, cada país se encontra em fases distintas desse processo, como por exemplo o Brasil aonde o Covid-19 chegou apenas há dois meses atrás e começa a se aproximar ao seu pico só agora em maio e junho. Outros países já começaram a sinalizar uma reabertura como o próprio Estados Unidos. Só o tempo dirá o que de fato irá acontecer e se esse é o caminho correto pra lidar com esse problema e até quando viveremos nessa situação."


Estação i: Como a Sony Music tem vivenciado este momento?


Louri Rodriguez: "A Sony criou um fundo de 100 Milhões de dólares para ajudar pessoas que estão passando dificuldade nesse momento de crise e também está contratando profissionais que estavam fora do mercado e artistas para darem aulas on-line gratuitas sobre atividades no ramo do entretenimento para a população que estiver interessada em aprender um pouco mais a respeito da indústria.



Estação i: Nesse cenário atual, quais são os novos desafios de artistas e gravadoras?


Louri Rodriguez: "A música e o mercado soube se reinventar como nenhuma outra. Mudanças tecnológicas, pirataria, problemas econômicos e políticos. Essa não é a pior das crises e nem vai ser a última. Com talento e criatividade podemos superar tudo. Afinal todos nós precisamos de música em nossas vidas."


Estação i: Uma pesquisa do Data SIM, aponta um prejuízo para o mercado da música de cerca de R$ 483.214.006,00 reais. Como é possivel superar crise ocasionada pela pandemia?


Louri Rodriguez: "Não temos como escapar da crise eminente e dos seus impactos. O que sabemos é que em cada crise se abre espaços para novas oportunidades como é o caso das lives, projetos de video-animação, consumo de músicas antigas e novas fórmulas de criação autoral. A arte é democrática. Sempre vamos encontrar maneiras de expressar-nos artisticamente em qualquer tipo de cenário."

Se você quiser conhecer um pouco mais dos trabalhos realizados por Louri Rodriguez, acesse um dos links abaixo:


Roberto Carlos e Jennifer Lopez – Chegaste:

Santana - Corazón Album Documentary:

CNCO, Luan Santana – Mamita:

Nicky Jam - “X” ft XB41 :

Zé Felipe - Curtição (Making of/entrevista com o diretor):

Especial Roberto Carlos – 50 anos de carreira: http://www.rtve.es/alacarta/videos/otros/especial-roberto-carlos/3329558/



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