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Como ficam as corridas de rua durante a pandemia?

Batemos um papo com o Presidente da Federação Paulista de Atletismo, Joel Oliveira para falar um pouco mais sobre a modalidade.



Uma das modalidades de rua que vem sentindo a pandemia é a corrida de rua. Varias competições foram canceladas no Brasil e no mundo.


No Rio de janeiro uma das mais tradicionais maratonas brasileiras, que ocorreria em junho, foi cancelada, assim como, a Meia Maratona Internacional, a prova de 2021 acontecerá em 15 de agosto e se chamará Meia Maratona Internacional do Rio 2020-2021 Special Edition.


A Maratona de São Paulo, maior prova de 42,195 quilômetros do país, estava programada para dia 5 de abril, foi cancelada. Prova de 2021 deve ser disputada em 21 de abril.


A Federação Paulista de Atletismo continua fechada até o dia 31 de agosto e emitiu nota suspendendo as competições de pista e campo até o dia 30 de agosto, assim como os permits de corrida de rua e eventos correlatos até 31 de agosto de 2020, poderão ser remarcados sem custo, claro s já emitidos.


Batemos um papo com o Presidente da Federação Paulista de Atletismo, Joel Oliveira para falar um pouco mais sobre a modalidade:


Estação i: Procede a informação de que a Federação Paulista de Atletismo preparou um protocolo sanitário a ser apresentado a órgãos públicos para a retomada das corridas de rua. No protocolo a FPA fez estimativas dos limites de participantes por evento nos meses restantes de 2020: seriam mil em agosto, 5 mil em setembro, 8 mil em outubro, 12 mil em novembro e “acima de 15 mil” em dezembro?


Joel Oliveira: Sim, preparamos um protocolo sanitário para orientar os Organizadores de corrida de rua e para ser analisado pelos comitê estadual do COVID e comitês municiais. Encaminhamos ao governo do Estado, junto a mais de 20 federações esportivas, e o Secretário Aildo encaminhou para análise do comitê. Como resposta, tivemos a autorização para retomada das práticas esportivas na fase amarela, e competições esportivas na fase verde, após 12 de outubro. O Atletismo, Ciclismo e Triathlon ponderaram que por serem modalidades individuais, sem contato e realizadas em local aberto, e por terem muitos de seus eventos com número de pessoas não superior a 1000 participantes, são modalidades que a OMS classifica como as que poderiam ter retomada primeiro, pela segurança sanitária de sua execução, e pleiteamos nova análise pelo comitê, e o Secretário Aildo se comprometeu em encaminhar nossos protocolos e nos retornar com as respostas a nosso pedido.

Sugerimos uma progressão no número de participantes que pudessem participar das corridas, porém nos foi posicionado que a decisão sobre essa questão ainda não é possível.


Estação i: A FPA propôs largadas em ondas, com até 30 pessoas em cada pelotão, retirada de máscara quando um atleta já estiver correndo a dois metros ou mais de outro e hidratação como responsabilidade individual de cada participante. Neste caso, como seria feito o controle de verificação da distancia entre os corredores para que os mesmo pudessem retirar as mascaras? Se um atleta não respeitasse essa regra, qual seria a punição?


Joel Oliveira: Propusemos sim largada em ondas, procedimento que garante distanciamento dos participantes, e condições de oficialização dos resultados. Não dissemos que o atleta tem que retirar a máscara, mas que ela é obrigatória na largada e chegada, e que seria possível em alguns momentos da prova o atleta não utilizá-la, pois prevemos que o atleta precise trocá-la, ela pode cair, etc. Porém recomendamos fortemente o uso da máscara. Quanto á hidratação, a orientação é que o atleta leve sua própria hidratação para reduzir o número de pessoas utilizando os pontos de hidratação, medida simples se a pessoa levar seus squeezes na cintura ou em mochilas próprias para hidratação. Se a pessoa preferir usar a hidratação da corrida, não haverá problema, serão fornecidos em copos embalados e a pessoa pegará em mesas ou balções, sem contato direto com os staffs. Os organizadores serão orientados a inserir nos regulamentos regras de desclassificação pelo descumprimento intencional das regras de mitigação de riscos. Os atletas inicialmente serão orientados a adoção da medida, e se nossa arbitragem verificar um descumprimento que não seja acidental, encaminhará desclassificação do participante. É possível ocorrer até inabilitação para participação em outras corridas, porém acreditamos que não será necessária tal medida;

Estação i: A Corrida de São Silvestre, corre o risco de não acontecer. Qual a posição da Federação? A realização com apenas o pelotão de elite é uma possibilidade?


Joel Oliveira: A FPA defende junto aos órgão públicos a realização da São Silvestre, na mesma data e local, porém com as adaptações sanitárias necessárias e redução no número de participantes. Porém a decisão de realizar não cabe á FPA, e sim á Fundação Cásper Líbero, proprietária da prova. Defendemos sua realização porque nossos estudas apontam que até 31 de Dezembro teremos bem melhores condições sanitárias que hoje, porque conhecemos a excelente capacidade dos organizadores em adequar-se ás mais diversas necessidades de atendimento das pessoas, e pela importância simbólica da competição, que esse ano completará 96 anos ininterruptos, feito raríssimo no esporte mundial. Não temos informações sobre se haverão apenas atletas da elite ou outros formatos.


Estação i: João Gualbardo, coordenador do Centro de Contigencia do Estado de São Paulo, disse que as corridas de rua, assim como a São Silvestre não devem acontecer. A FPA tem tido contado com o coordenador? A FPA concorda com essa postura?

Joel Oliveira: Não tivemos nenhuma comunicação oficial do Dr. João Gabardo quanto a corridas de rua não poderem ocorrer. Ainda não tivemos a oportunidade de dialogar diretamente com ele, mas estamos encaminhando nova solicitação para que reconsidere. Existem corridas de Rua de vários tamanhos, e em 2019 70% das 459 corridas que homologamos no estado tiveram menos de 3000 participantes. Observado isso, e baseado nas evidências científicas e na consistente redução dos casos em todo o estado, acreditamos que a postura do Comitê possa ser revista. Respeitamos o posicionamento do Dr. Gabardo, mas cumpriremos nosso papel de Entidade representante do Atletismo e trabalharemos para convencer o comitê sobre a importância de oportunizar as corridas de rua e competições de atletismo no estado.


Estação i: Como a federação vê as corridas virtuais?


Joel Oliveira: Quanto ás corridas virtuais, a FPA acredita que são interessantes para manter o engajamento das pessoas que gostam de corrida, e saudamos as entidades, empresas e pessoas que tem realizado essas atividades. A FPA optou nesse momento em concentrar esforços para viabilizar o retorno das corridas e competições de atletismo presenciais, e realizará nos próximos dias um Torneio virtual de algumas de suas provas para retomada gradual de seus atletas filiados e comunidade.

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